Certamente já ouviu falar no mais famoso vinho italiano, o Barolo, que também é nome de uma comuna no Piemonte. Nós vamos contar-lhe tudo para que conheça de forma rápida e simplificada os vinhos da região.
O Piemonte é uma região no nordeste de Itália cuja capital é Turim, delimitada pelos Alpes a Norte e a Este onde faz fronteira com França e com a Suíça, e pelo Mar de Ligúria a Sul.
Famosa pelas trufas mas também pelos seus vinhos, é na região montanhosa de Langhe que encontramos as cidades mais importantes, Asti e Alba. A primeira famosa pelo seu espumante, a segunda ao redor da qual se encontram as Denominações de Origem (DO) mais importantes, Barolo DOCG e Barbaresco DOCG, onde se produzem os vinhos com o mesmo nome a partir da casta Nebbiolo.
Apesar da casta Nebbiolo ser a mais aclamada, são na verdade a Dolcetto e a Barbera as castas tintas mais tradicionais na região, sendo os seus vinhos comummente encontrados à mesa dos piemonteses.
Qual a diferença entre um Barolo e um Barbaresco?
Ambos correspondem a uma DO, com limites geográficos delimitados, normas de produção e estágio definidas, elaborados exclusivamente a partir da casta Nebbiolo.
Barolo
Nesta DO encontramos as 5 comunas mais importantes para a produção de vinhos Barolo – La Morra, Monforte d´Alba, Serralunga d´Alba, Castiglione Falletto e a comuna de Barolo – sendo que só podem ser lançados para o mercado em Janeiro do 4º ano após a vindima, obedecendo a um estágio mínimo de 38 meses dos quais 18 em madeira.
Barbaresco
Nesta DO encontramos as 4 comunas onde pode ser produzido um vinho Barbaresco – Neive, Trieso, San Rocco Seno d’Elvio e a comuna de Barbaresco – que só podem ser lançados para o mercado em Janeiro do 3º ano após a vindima, obedecendo a um estágio mínimo de 26 meses dos quais 9 em madeira, sendo menos perfumado que o Barolo mas mais frutado.
Assim, quando encontrar num rótulo a referência Barolo ou Barbaresco, saberá que é um vinho 100% da casta Nebbiolo produzido numa das comunas da sua DO, com regras de produção definidas, estágio mínimo obrigatório, podendo ser produzido em diferentes estilos, com grande potencial de envelhecimento que pode ser em grandes barris de carvalho eslavo –Botti (envelhecimento tradicional) – ou em barricas de carvalho francês.
Quais são as características da casta Nebbiolo?
É uma casta de maturação tardia, com elevados níveis de acidez e taninos, de pouca cor, originando vinhos que podem ter notas:
Primárias: Florais como rosas e flores secas, notas frutadas como cereja ácida, ameixa, groselha ou morangos, notas herbáceas como erva seca, lavanda e funcho, e notas especiadas como pimenta branca e preta ou alcaçuz.
Secundárias: O estágio em madeira pode conferir notas de tabaco, cigarro e fumo.
Terciarias: e o envelhecimento em garrafa produzira notas terciárias de couro, trufa, alcatrão, carne e cogumelos.
O que significa o termo Riserva num Barolo ou Barbaresco?
Nos anos excepcionais, os produtores podem optar por produzir um Barolo ou um Barbaresco Riserva, que apresenta um estágio mais prolongado (5 anos) e geralmente maior teor alcoólico, constituindo um vinho de excelência num ano também de excelência.
Que outros nomes podem aparecer nos rótulos dos vinhos?
Sempre que os vinhos sejam produzidos a partir de uvas provenientes de uma só vinha, o nome da vinha aparecerá no rótulo, assim como quando as uvas são provenientes de uma mesma comuna, o nome dessa comuna poderá aparecer no rótulo.
O exemplo será Barolo Serralunga d´Alba (Comuna) Costabella (Vinha)
E os vinhos que são produzidos a partir de Nebbiolo, que não são nem Barolo nem Barbaresco?
Encontraremos muitos vinhos da casta Nebbiolo rotulado de Langhe DOC Nebbiolo.
Estes vinhos podem ser produzidos com uvas provenientes da DO de Barolo ou Barbaresco que não são utilizadas para a produção de um Barolo DOCG ou um Barbaresco DOCG, nos casos em que o ano vitícola não foi bom o suficiente para produzir um Barolo ou um Barbaresco de qualidade, optando o produtor por baixar “a categoria” a Langhe DOC, ou nos casos em que as quotas de produção permitidas foram ultrapassadas. Podem também ser produzidos quando as vinhas se encontrem dentro de DO de Langhe mas fora da DO de Barolo DOCG ou Barbaresco DOCG.
De uma forma simplificada, teremos os Barolo e Barbaresco Riserva como os vinhos de excecional qualidade, seguidos dos não Riserva, e por último o Langhe Nebbiolo em que a qualidade pode variar desde o razoável a muito bom.
Dolcetto
A Dolcetto é a casta tinta mais popular do Piemonte, que de uma forma genérica é considerado o vinho de “dia a dia” da região. No entanto, podemos encontrar Dolcetto de superior qualidade, geralmente rotulados de Superiore.
Origina vinhos com acidez média e taninos médios a elevados, aromas frutados de ameixa preta, cereja vermelha, erva seca e por vezes pimenta, sendo geralmente produzido para serem consumidos jovens, ou selecionados para envelhecimento.
Barbera
A Barbera é igualmente uma casta tinta muito popular e amplamente plantada na região do Piemonte. Os Barbera d´Asti DOCG são considerados como de superior qualidade relativamente aos Barbera d´Alba DOC, uma vez que ao redor de Alba encontram-se as DO de Barolo e Barbaresco, estando as melhores encostas reservadas para a plantação da casta Nebbiolo. No entanto, existem exceções onde podemos encontrar vinhos Barbera d´Alba de grande qualidade.
Origina vinhos com elevada acidez, taninos médios a baixos, de cor profunda, aroma de ameixa e cereja vermelha, e por vezes pimenta preta, podendo ser bebidos jovens ou selecionados para envelhecimento.
Que castas brancas podemos encontrar na região?
Podemos encontrar castas brancas autóctones como a Arneis, a Moscato ou a Cortese, mas também internacionais como a Sauvignon Blanc ou a Chardonney.
Arneis – Origina vinhos com acidez média, aromas que podem ir desde herbáceo, maçã verde, tangerina, flores brancas até pêra e fruta de caroço, excelente opção como vinho social ou para acompanhar pratos de peixe e saladas.
Cortese – Origina vinhos com acidez alta, com aromas de fruta cítrica, maçã verde, pêra e flores brancas, podendo desenvolver notas terciárias de amêndoas com o envelhecimento.
Moscato (Muscat) – Muito utilizada para a produção dos espumantes de ASTI.
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